quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Balões

Pedro andava na rua quando avistou Paulo.
Era um dia ensolarado e ambos estavam com balões coloridos em suas mãos.

Como havia uma atração muito forte por conta dos balões serem coloridos acabaram ficando amigos. Muito amigos. Decidiram então que iriam brincar de uma corrida de balões, cada um com o seu, que continham ingredientes diferentes em seus interiores. O balão de Pedro havia um pouco de paixão, ingenuidade e coragem já o de Paulo havia paixão, insegurança e pensamentos em excesso (que o fazia pensar as vezes que isso o deixava mais pesado).

A corrida foi longa e bem divertida eles sempre corriam juntos e no mesmo ritmo. Como os ingredientes do balão de Paulo eram mais pesados ele teve a idéia de joga-lo para frente para pegar mais impulso que Pedro. E deu certo. Conseguiu uma distância interessante e partir dai, começou a correr sozinho, mas com olhares generosos a Pedro que estava atrás e o fitava com esperança de um alcance rápido.

Um dia após esses constantes impulsos Paulo notou que o seu balão estava ainda mais pesado e ele conseguiria mais impulso, ficando ainda mais na frente do seu colega. Com um pouco de esforço ele conseguiu.

A brincadeira que tinha o objetivo de diversão mútua tornou-se uma competição solitária, acabando tudo quando Pedro resolve dar um impulso e seu balão mais leve não vai para frente, volta para trás, engancha em sua jaqueta e estoura. Ele ficou triste.
Paulo que conseguiu fazer da insegurança, ego junto de pensamentos em excesso (através se seus impulsos) e não queria que a brincadeira acabasse, voltando para entender o que havia acontecido na pista um pouco mais para trás.

Pedro havia entendido que esses impulsos só os deixaram mais distantes e uma brincadeira deixou de ser uma ingênua brincadeira para um jogo egoísta e triste. Resolveu voltar para casa.
Paulo já entendia que deveria continuar mas agora não apenas com o seu balão pesado e forte, uma arma letal, mas sim com ele e o balão estilhaçado que havia ficado preso na jaqueta de Pedro.

Pedro fugiu. Paulo foi atrás.
O caminho de volta era longo e foi bem difícil para os dois.
Pedro para e faz um o cômodo branco por dentro, espelhado por fora e ali se instala.
No meio do fim do jogo, no meio da rua, sem medo do que poderia lhe acontecer.
Paulo quando o encontra trancado neste espaço que mais parece um caixote revestido
de espelhos para e olha, ve seu próprio reflexo, enxergando diversas oportunidades.

Pedro só tinha ele mesmo, a jaqueta e o resto do que foi um balão cheio de esperanças.
Paulo tinha um mundo lá fora a ser explorado, na sua concepção da melhor forma possível. E assim Pedro fechou a última janela do seu cômodo e Paulo sai em direção contrária em busca de seus próximos objetivos.

Branco vazio, espelhos reflexivos.
Balões inflados, Balões vazios.

Wednesday, august 11, 2010

I've fought myself to erase all of you on me.